quarta-feira, 30 de julho de 2008
Ah, os percalços. Sem eles, não há crescimento. Não há busca.Erros e acertos, sentimentos, lidar com pensamentos.
O que compor? O que dizer em notas, estrofes, ##bb?
Eis o corre-corre, ultrapassagens e coisas vãs da mente de um andarilho da composição. Nunca cansa de andar, nunca chega no destino, nunca desiste. Até umas esmolinhas aceita.
-x-
Deita a cabeça no travesseiro: "ahh, o fim do dia". Aleluia, que dor nas costas melhor do mundo. 01h00. Silêncio e ronco da roomate. "Queria uma rolha". Uma não, duas.
Vira para o lado, braços por baixo, vira para o outro, barriga para cima, para baixo, inquietude.
[start]
Lá vem a melodia. Lá do fundo, toma toda a cabeça. Já imagina os arranjos, já imagina as entradas, pausas, clímax. "Que frase imbecil, tosca, repetitiva" e não se contenta. Imagina outras notas, imagina outros acordes. "QUERO DORMIR" e não consegue.
G7M, F, C, Cm/Eb. Só isso toma 40 minutos. E não dorme.
"Com essa, vai". E imagina concreto. Consegue, realiza, "tô regendo" e... dorme.
No outro dia, não lembra. "Quem dera um gravador dentro da mente, invenção de utilidade suprema". Aquela melodia ocasiona um sonho ruim. Espírito frágil e alma mole logo de manhã. "Inspiração"! A dor, a rejeição, a solidão e ãos são amigos do músico compositor.
Tenta tocar, tenta escrever, não sai. 60 letras em 60 páginas de agendas e cadernos não ganham melodia. Sem melodia, não há sentido. O que seria de 'Garota de Ipanema' sem as notas sem-vergonha? Também quer harmonias complexas, também quer frases eternas, também quer valor.
Fazer música só por fazer. O que vier é conseqüência. "Mas se te chamarem pra tocar no Prêmio M....S... você recusaria? Você recusaria um sonho?". Jabá não, garçom. Não desce.
Não se encontra naquele que ensina o sujeito a viver escrevendo novidades diárias. Não somente novidades, mas diariamente.
Não consegue conceber o chiclete dos dizeres do amor, da vida, das vontades e dos desejos.
Mas, então, serve pra quê?
Calma, a inspiração vem.
"Faz uma música pra mim, amigo? Você sabe a minha história".
Prova que entusiasmo imbecil pode ser inspiração. Dali sai uma música. "Ouvi e achei a sua cara, compositor, te identifica".
Precisa melhorar. "Que tal?" "Amei."
Hunf, pigarro, pancada, coçada no olho.
Sentou no black&white e tocou. Apenas tocou. Ligou o gravador e viajou longe. "Ai, como queria fazer Jazz. E bossa. E alguma coisa. Me contento com o que vier, depois cresce, vira adulto. Tá, me rendo". Depois ouviu. "Que incompetência".
Mas não desiste fácil.
Compositor brinda à vida. Consegue traduzir dos seus sentidos, pensares e idéias a coletividade e a individualidade emotiva. O chiclete corrobora a palavra, gruda na mente. Vai por anos.
Traz saudade, alegria, pulsar e pensar. O Jazz brinda à virtuosidade e induz à reflexão do choque, inquietação, perguntas... Blues é sensualidade, também, expressão do sentido.
Bossa é sofisticação, é admiração. E lá se vão os outros, também.
Mas o que ele pode fazer? Novo é que não faz. Talvez a perpetuação e a renovação do que já foi novo e hoje é rei. Mas faz. Quer fazer. Fez alguns, se não valeu, serviu de alguma coisa.
Percalço para um compositor?
Falta de inspiração (seja o que for a própria), falta do que dizer, repetir discursos e etc.
Mas perseguir o percalço é chegar. Remoer. Repensar. Refazer.
E fazer música, por fazer.
Prazer.
3 tecladinhos:
monique você é ótima.
tenho certeza que seja lá o caminho que você realmente trihar, vai ser dar super bem.
;*
Rapaiz..
Fiquei angustiada por vc!
Mas como diz darsh..
Seu nome é talento e competência.. até imaginei vc sentada no piano aqui de casa.. tocando no casamento da minha irma! :D
aaaaah.
futuro, vc tem.. seja nas palavras..
seja em notas musicais!
saudades
;*
e a luta continua...
Postar um comentário